Pastoral 31.07.2011
“O amor é terapêutico” disse uma reportagem do Jornal Nacional de 13/06. A notícia retratava o bem que faz a saúde estar apaixonado pela combinação de substâncias que o corpo produz (diga-se de passagem, a minha saúde vai muito bem! E a sua?). O interessante disso é que a doçura e o carinho que envolve os namorados apaixonados fazem bem não só para a alma, mas também para o corpo. E isso não é nenhuma descoberta nova…
Bem disse o sábio Salomão no provérbio: “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Pv 16.24). O carinho, a suavidade das palavras doces e a moderação no falar são fontes de alegria e cura. Quem não se sente bem com um elogio ou uma palavra carinhosa? Ninguém as despreza, não porque massageiam o ego, mas porque produzem um intenso bem estar que se reflete até mesmo na saúde do corpo.
O problema surge quando apenas esperamos recebê-lo e nos demoramos a demonstrá-lo. Maridos esperam o carinho da mulher, as esposas o dos maridos, os filhos o dos pais e os pais o dos filhos… os irmãos entre si… os amigos entre si. Queremos as palavras agradáveis, mas queremos apenas ouvi-las e guardá-las tão lá dentro de nós que nunca as usamos com os outros, seja em uma idéia ou sugestão, ou mesmo em uma repreensão, reclamação ou crítica. Até falamos as coisas certas, mas com as palavras erradas, duras e desagradáveis que acertam o alvo, mas não o deixam inteiro. Ao invés de produzir vida, criamos mágoas e problemas maiores.
A doçura e carinho não são trivialidades, são necessidades dos relacionamentos humanos. Quando estamos preocupados apenas em receber o carinho, este deixou de ser fruto de amor e passou a ser fruto de um egoísmo velado. Amar não é dar, mas receber.
Rev. Jônatas Ferreira da Cunha (Pastor em Tubarão, Santa Catarina)